Ciência explica por que algumas raças de cães são mais brincalhonas que outras

Ciência explica por que algumas raças de cães são mais brincalhonas que outras
Ciência explica por que algumas raças de cães são mais brincalhonas que outras (Foto: Daniël Maas/Unsplash)

Os cães domésticos descendem dos lobos selvagens. Mesmo assim, algumas raças abandonaram o instinto de caça e são naturalmente brincalhonas. Confira como isso acontece!

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O biólogo evolucionário László Garamszegi, do Instituto de Ecologia e Botânica da Hungria, disse que brincar com cães é um componente-chave do vínculo humano-canino. Mas as raças variam em seu grau de brincadeira, algumas sendo mais brincalhonas do que outras.

“Temos uma enorme diversidade dentro da mesma espécie e raramente podemos observar tal diversidade na natureza. Portanto, é um sistema maravilhoso para entender como a evolução funciona em um curto período de tempo”, explicou László.

“Por outro lado, o chihuahua não gosta de brincar. Claro, você pode treinar um pouco, mas o nível médio de diversão será sempre menor do que no Vizsla húngaro”, acrescentou ele.

Garamszegi e seus colegas analisaram a ludicidade de mais de 89 mil cães de raça pura em 132 raças. Os cães foram submetidos a um teste para medir seu grau de entusiasmo por uma brincadeira de cabo de guerra com as pessoas.

“Estávamos interessados ​​em saber se as raças poderiam ser distinguidas por seu nível médio de diversão e quais são as forças evolutivas que fazem raças diferentes se comportarem de maneira diferente”, justificou László.

Os pesquisadores descobriram que, depois de controlar o grau de parentesco genético entre as raças, os cães criados para pastoreio e esportes eram, em média, mais brincalhões do que cães selecionados para outros fins, como as raças não esportivas e as ‘toy’.

“Para algumas funções, como caça ou pastoreio, você precisa de cães treináveis ​​e uma relação muito forte entre dono e cão. Portanto, se você tem um cão brincalhão, é fácil de treinar. Uma maneira de treinar um cão é brincar com o cão”, explicou o biólogo.

Ao rastrear a brincadeira geneticamente através da evolução canina, os pesquisadores mostraram que os ancestrais dos cães de hoje já possuíam um nível intermediário de brincadeira. “Então essa foi uma das características que também foi importante durante o processo de domesticação”, disse László. “Mas algumas raças, como os cachorros ‘toy’, realmente perderam um pouco dessa brincadeira.”

As raças ‘toy’ foram originalmente concebidas como acessórios de moda para a aristocracia, então a diversão pode ser um risco. “Eles precisam combinar com suas roupas, precisam combinar com seus hábitos de viagem. Mas não precisam de muita atenção. E nesta situação particular, se você tem um cachorro brincalhão, isso só cria um problema para você”, revelou ele.

Confira o estudo completo na revista Biology Letters.

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